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sexta-feira, 4 de maio de 2012


Acerca do Movimento Folclórico na Região Autónoma da Madeira

   Pensar o folclore, na atualidade, na Região Autónoma da Madeira, pode-nos remeter para muitas questões, e, por vezes, também inquietações, não obstante o grau de desenvolvimento e maturidade por parte da maioria dos grupos de folclore da Região (e que não são poucos...).
   O movimento folclórico começa a ter uma dimensão mais organizada e institucionalizada a partir do início do Séc.XX, grupos que se organizavam esporadicamente para participarem em eventos socioculturais, como é o caso das festas de Fim de Ano, das Vindimas, ou por acasião de visitas oficiais (ex. visita dos Reis em 1901, bem como a vsita do General Carmona, 1938, etc..). Em 1948, o Grupo de Folclore da Casa do Povo da Camacha, tem a sua primeira apresentação, precisamente num concurso de danças, em Madrid, participação que mereceu a este grupo um honroso segundo lugar na modalidade. A partir daí, começaram a surgir quase em vertigem vários grupos: Livramento; MonteVerde(1967); Boa Nova; Porto Santo; Santana, etc. Na década de oitenta, assiste-se novamente a boom no folclore madeirense, desta feita, na sua maior expressão, grupos pertencentes às diversas casas do povo da Região, exemplo disso são os grupos : de Machico, Ponta do Sol; Santa Cruz; Ponta do Pargo; Crurral das Freiras, etc. Para além dos grupo filiados às casas do povo, suregm outros grupos, igualmente de folclore, mas não filiados às casas do povo, é exemplo disso o Grupo de Folclore do Rochão.
   O curso de folclore ministrado pelo INATEL, em 1992, pelo saudoso Professor Tomáz Ribas, foi um ponto de viragem na leitura e interpretação do folclore da RAM. Recordo-me que nessa altura, já me suscitavam muitas dúvidas, que à luz da mais cabal evidência, não faziam sentido: era o caso da uniformidade de trajes. Cheguei inclusive confrontar a Dra Teresinha Santos acerca da eventualidade de usar diversos trajes: claro que era uma fase muito incipiente, e ingénua, pois a minha pretensão era adoptar no grupo que dirigia (Grupo de Folclore do Rochão), trajes dos vários concelhos da RAM, mas, contudo, havia ali uma semente que cherminava....e curioso, no ano seguinte, em Santana, no Festival Regional, pelo menos três grupos apresentavam-se com variedade de trajes...grandes coincidências!!!
    Mais tarde, aparece a AFERAM, Associação de Folclore e Etnografia da Região Autónoma da Madeira, associação que muito me orgulho de ter colaborado na sua formação. Os seus desideratos eram muito pertinentes para uma reestruturação do movimento folclórico na RAM: mais formação, mais coesão entre os grupos; mais rigor; necessidade de registar o trabalhos dos grupos de folclore, etc...
   Contudo, depois deste tempo todo, urge refletir o estado do folclore atual: na minha opinião, as associações devem ser mediadoras, nunca manipuladoras - devem se coibir de apreciações depreciativas dos trabalhos dos seus associados...pois poderão denigrir a reputação desse grupo, bem como a sua imagem no exterior, se calhar seria mais sensato, questionar o grupo acerca dos trajes que recolheu, das danças que apresenta, das canções que interpretra, enfim, da sua atividade, por forma a se dissiparem perconceitos...já agora, vale a pena pensar nisto....?

Alexandre Rodrigues

terça-feira, 14 de fevereiro de 2012

Parabéns ao Grupo de Folclore Monteverde


O nosso grupo comemora, hoje, mais um aniversário.Fundado em 1967, por Manuel Fereira Pio, o grupo esteve sem actividades desde 1973 até que em 14 de Fevereiro de 2005, um grupo de amantes do folclore resolveu retomar a actividade desde prestigiado grupo.
Hoje, no largo da fonte, Monte, a partir das 18 haverá um programa recheado de iniciativas comemorativas de mais um aniversário do Grupo de Folclore Monteverde, destacando-se uma missa de acção de graças, na Igreja Paroquial do Monte, pelas 18h e a partir das 19h o progrma radiofónico "Músicas do Arco da Velha", apresentado por José Alberto Reis.
Parabéns ao Grupo de Folclore Monteverde

terça-feira, 24 de janeiro de 2012

PLano de Actividades/2012

O Grupo de Folclore do Monteverde preconizou, para o ano em curso, uma série de actividades que visem dar continuidade a um conjunto de desidratos assumidos pelo grupo desde o ano passado.
Assim, uma vez que a Primeira Gala Internacional de Etnografia e Folclore Manuel Ferreira Pio, foi indiscutivelmente um sucesso, vamos dar continuidade, desta feita com a Segunda Gala,cuja temática, em princípio, será a Gatronomia local. O grupo igualmente irá dar continuidade aos trabalhos de recolha e pesquisa etnológica que tem vindo a efectuar, sempre com o intuito de enriquecer a imagem do mesmo. Também está em estudo a possibilidade de uma edição de um CD, uma vez que é um produto muito recomendado quer por turistas quer por emigrantes.
Ainda inscrito no PLano Anual de Actividades estão: as comemorações do Aniversário do Grupo (14 de Fevereiro), bem como a realização de uma digressão ao estrangeiro.

Alexandre Rodrigues

segunda-feira, 10 de outubro de 2011

AFERAM lança livro sobre instrumentos musicais



A Associação de Folclore e Etnografia da Região Autónoma da Madeira (AFERAM) lançou recentemente um livro intitulado “Cordofones Tradicionais Madeirenses – Braguinha, Rajão e Viola de Arame”. Esta edição é o primeiro volume da coleção Cadernos de Folclore, cujos próximos números serão dedicados a temas diversos do universo do folclore, tais como as danças, os trajos ou o reportório.
O primeiro número é da autoria de Roberto Moniz que aceitou o desafio de escrever sobre os três instrumentos de cordas – braguinha, rajão e viola de arame – que se consideram ser os tradicionais da Madeira, desde os escritos do jornalista e etnógrafo madeirense Carlos Santos, na primeira metade do século XX. Assim, mais de meio século depois, surge esta edição que vem fazer uma síntese de algumas investigações recentes sobre os instrumentos populares, onde se destacam os trabalhos do antropólogo Jorge Torres com o presidente da Associação Xarabanda, Rui Camacho, e os trabalhos de fundo de Manuel Morais, investigador da Universidade de Évora e um dos maiores especialistas portugueses sobre instrumentos de cordas.
Além desta síntese histórica, é possível encontrar nesta edição um extenso dicionário de acordes para os três instrumentos, bem como as posições das escalas nas principais tonalidades maiores e menores. Esta parte técnica foi um pedido do coordenador da coleção e deste número, Ricardo Caldeira, com o objetivo de facilitar a aprendizagem destes instrumentos por pessoas que tenham poucos ou nenhuns conhecimentos musicais.
Para cada um dos instrumentos, o autor do livro disponibiliza duas composições para o leitor poder aplicar os conhecimentos teóricos apresentados, num total de seis peças em diferentes géneros da tradição musical madeirense. Por exemplo, para braguinha, Roberto Moniz propõe a canção “Calcinha”, uma variante de bailinho, e uma “Marcha” tocada nas festas do Espírito Santo, numa versão da Camacha. Já para a viola de arame, o autor propõe o incontornável “Charamba” e uma “Mourisca” do Porto da Cruz. Finalmente, no rajão são propostas as canções “Chamarrita” e a “Filha do Barqueiro”, duas melodias bem conhecidas e de belo efeito.
A complementar, Roberto Moniz dá ainda várias sugestões acessórias mas de extrema utilidade, para quem se queira aventurar na aprendizagem destes instrumentos. Entre estas destacam-se os nomes das partes constituintes dos instrumentos, o tipo de cordas a aplicar (um problema complexo para quem começa), os ritmos típicos dos géneros musicais madeirenses mais comuns (uma parte excelente para quem queira apenas acompanhar musicalmente as canções com acordes), bem como informações sobre os dedos a utilizar nas mãos esquerda e direita e algumas noções básicas de teoria musical.
Numa época em que as crianças e jovens são inundados de informações sobre o património musical do mundo inteiro, esta é uma edição importante para colocar a música madeirense neste combate cultural atual a que chamamos globalização. Não são apenas os mercados financeiros que têm que ser protegidos, é também imprescindível proteger o nosso mercado e património cultural. Não poderia terminar sem realçar o excelente trabalho gráfico de Ricardo Caldeira, que conseguiu dar um aspeto gráfico bastante profissional e atrativo a este livro. Por estes motivos, a direção da AFERAM, o autor e o coordenador da edição estão de parabéns por esta excelente iniciativa, que permite partilhar a experiência adquirida por 30 anos de prática numa edição sintética e ao dispor da comunidade.

Paulo Esteireiro


Roberto Moniz

É Mestre em Ensino de Educação Musical no Ensino Básico. Atualmente desempenha as funções de professor de Educação Musical e é coordenador das modalidades Artísticas na Escola Básica do 2º e 3º Ciclos Bartolomeu Perestrelo. É Vice-presidente da Associação Musical e Cultural Xarabanda e músico do agrupamento musical da referida associação. É professor de Instrumentos de Corda Tradicionais Madeirenses desde o ano lectivo de 1989/90, onde desenvolveu esta actividade em várias associações e instituições (Gabinete Coordenador de Educação Artística, Associação Musical e Cultural Xarabanda e na Associação Grupo Cultural “Flores de Maio”). É Director Artístico do Grupo de Folclore da Casa do Povo do Porto da Cruz desde 2002, onde é responsável pela recolha, música e dança tradicional. Entre Outubro de 2001 e Agosto de 2010, foi Professor de Expressão Musical na Escola Profissional de Agentes de Apoio e Serviço Social, no Curso Profissional de Animador Sociocultural e no Curso Técnico de Apoio à Infância. Entre Setembro de 2001 e Agosto de 2007, desempenhou as funções de Coordenador da Modalidade Cordofones, no Gabinete Coordenador de Educação Artística. Foi Director Artístico do Grupo “Si que Brade” entre o ano lectivo de 1995/1996 e 1996/1997 e entre 2001/2002 e 2006/2007, onde realizou inúmeros concertos, Acções de Sensibilização nas Escolas do Ensino Básico e Secundário, Intercâmbios, Festivais de Música Tradicional, Gravação de um CD áudio e Participação no DVD dos grupos do Gabinete Coordenador de Educação Artística – Divisão de Expressões Artísticas. Foi co-responsável na elaboração do projecto da regionalização do currículo de Educação Musical do Ensino Básico através da SRE.

Via Link

sábado, 1 de outubro de 2011

Congresso Nacional de Folclore em Machico


O Fórum Machico acolhe a partir de hoje, e até terça-feira, o Congresso Nacional de Folclore, organizado pela AFERAM (Associação de Folclore e Etnografia da Região Autónoma da Madeira) e pela Federação Nacional do Folclore Português, numa iniciativa que também conta com o apoio da Fundação INATEL.

Um encontro que pretende promover o debate e a partilha de experiências, consciencializar os participantes da importância da cultura popular na construção de uma identidade cultural e dar a conhecer, mais especificamente, algumas das tradições da Madeira.

Com esse objectivo em vista, serão abordadas e debatidas diversas temáticas neste congresso, em cinco painéis, respectivamente: “Educação e Cultura Tradicional”, “Património Cultural Imaterial e Etnográfico”, “Folclore no Mundo”, “Tecnologias da Informação, Comunicação e Produção” e “Tradições das Ilhas”.
A Fundação INATEL também irá participar neste evento, na pessoa da sua Administradora Cristina Paula Baptista, que será oradora no terceiro painel, subordinado ao tema “Folclore no Mundo”.

Conforme adianta esta instituição, a responsável vai partilhar «as suas experiências a nível internacional, nomeadamente enquanto presidente do CIOFF - International Council of Organizations of Folklore Festivals. Paralelamente, dará a conhecer o trabalho desenvolvido pela Fundação em prol da salvaguarda de inúmeras tradições culturais», especifica o INATEL.

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